Aventura na Selva Amazônica

Aventura na Selva Amazônica

AMAZÔNIA – Paraíso Surreal

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Um lugar de contrastes. Simplesmente mágico! Incomparável. Não consigo descrever os sentimentos que vivi ali, porque foi algo totalmente novo para mim. Não é apenas um lugar para explorar a Natureza Externa, mas para explorar a nossa Natureza Interna.

Encantadora, transformadora, inspiradora, misteriosa e paradoxal. São essas as abstrações que tive ao visitar a Selva. Ao mesmo tempo em que ela é rústica e selvagem, ela é delicada e mansa.

É uma experiência incomparável onde podemos explorar os 5 sentidos, ou melhor, os 6 sentidos...

O cheiro da mata, a diversidade de tons de verde da vegetação, a umidade na pele, o sabor das frutas exóticas e o som dos animais te transportam para outra dimensão.

Dormir ao som dos animais é quase que uma Orquestra, soa como melodia aos ouvidos; aliás, o som dos animais não se transforma em uma canção ou melodia, porque eles JÁ são a própria sinfonia. Não é algo que se transforma, é algo que já é.

No meio de muitas atividades como canoagem, pescaria e caminhada, você consegue se abstrair e nutrir de fenômenos como a Pareidolia, por exemplo. Para quem não sabe, é um fenômeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório onde reconhecemos arquétipos e fazemos analogias e conexões com animais, rostos, som, objetos, etc. O mais comum, por exemplo, é quando vemos uma nuvem no céu e imaginamos um animal. Rsrs

Por curiosidade existe uma ave que se chama “Socó boi” que tem som de vaca. Daí você pensa: - O que uma vaca está fazendo em plena Selva? Rsrsrs. É...realmente a Amazônia é encantadora.

Muito se fala sobre Amazônia ultimamente. Quando as pessoas me perguntavam o porquê eu gostaria de visitar a Selva, eu não tinha a resposta, e só descobri quando cheguei lá.

Para quem me conhece, sabe que eu gosto de misturar viagens com um pouquinho de metafísica. E foi exatamente nessa viagem que descobri meu lado paradoxal e a melhor versão sobre mim. Ao atravessar o Rio Negro e Solimões tive muitos insights e descobri que ao mesmo tempo que gosto de luxo, gosto de austeridade; ao mesmo tempo que gosto de audiência, gosto de privacidade; ao mesmo tempo que sou realista, sou romântica; ao mesmo tempo que sou conservadora, sou moderna, e por aí vai... posso dizer que sou como os perfumes, ao mesmo tempo que são efêmeros (porque se desvanece no ar), são perpétuos (porque o aroma se mantém vivo na memória) pois tanto no lado Negro como no Iluminado existe uma beleza a ser descoberta, foi assim que descobri meu ponto de equilíbrio.

  

E agora, vai um pouquinho de história:

O Estado do Amazonas durante o século 16 foi completamente ignorado pelos portugueses por conta do Tratado de Tordesilhas, pois eram os espanhóis que dominavam o território.

Portugal começou a se interessar por ela após a Expedição de Pedro de Teixeira (1637 – 1639) que foi um português explorador que viajou por toda extensão do Rio Amazonas chegando a Quito no Equador.

A primeira ocupação de fato ocorreu em 1669 com a construção, pelos portugueses, do Forte de São José do Rio Negro, onde deu origem à cidade de Manaus.

No século 18 iniciou-se um pequeno ciclo agrícola de cacau, cana-de-açúcar, café e algodão voltado para as pequenas exportações. Mas foi em 1850 que a borracha começou a conhecer a prosperidade. O chamado “Ciclo da Borracha” (1888 – 1910) fez de Manaus uma cidade exuberante e luxuosa onde os grandes fazendeiros produtores de látex ostentavam toda a sua fortuna mandando vir da Europa absolutamente tudo, inclusive as companhias de ópera para o luxuoso Teatro Amazonas. Esse teatro, considerado patrimônio nacional, foi inaugurado em 1896 e é um dos monumentos mais belos do mundo. E ainda nos dias atuais representa toda pompa e ostentação.

Manaus continua sendo paradoxal, por um lado cosmopolita, com intenso movimento em seu porto e Zona Franca e por outro, não tão longe dali, abriga uma pequena população indígena. Metafisicamente o Rio Negro e Solimões simbolizam esse contraste. Mas como sempre digo que os opostos se atraem, você pode muito bem combinar uma viagem à Manaus + Selva Amazônica. Para quem aprecia agitação e calmaria assim como eu, vai AMAR.


Teatro Amazonas

Teatro Amazonas

Curiosidade:

Abaixo, algumas diferenças entre os rios:

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Rio Negro e Solimões

Rio Negro e Solimões

Encontro das águas Rio Negro e Solimões - https://youtu.be/-MOoGA-zmRo

A minha experiência na Amazônia foi muito legal. Quero compartilhar um pouquinho a minha imersão:

Antes de começar a aventura, a jornada é o seguinte: Do aeroporto de Manaus até o Lodge Juma são três horas, e um funcionário do próprio lodge te pega no aeroporto e te ajuda com todas as tuas malas.

O transporte é alternado entre vans e barcos e é exatamente assim:

pega uma van que demora aproximadamente 30 minutos

pega uma embarcação pequena que vai até o Município de Careiros que demora cerca de 1 hora. Essa etapa é a mais linda, é nela que você passa pelo encontro das águas. Você consegue pôr a mão nas águas e sentir a diferença de temperaturas.

pega outra van que demora cerca de 1 hora em estrada de terra.

pega outra embarcação que te leva até o Lodge por mais 30 minutos, esse caminho também é lindo, pois você tem a chance de ver os botos rosa e a floresta com vários tons de verde submersos no rio Juma.

Embarcando rumo ao Juma

Embarcando rumo ao Juma

Foto da van

Foto da van

O JUMA

O Juma tem um clima descontraído e familiar, há muitos estrangeiros e é fácil de fazer amizades. Ele está inserido no meio à Selva e sua infraestrutura é maravilhosa; a hospedagem dispõe de bangalôs integrados à Floresta Amazônica e detém de uma equipe atenciosa e disposta a servir de forma empática. Contém uma enfermaria e não posso deixar de mencionar a querida enfermeira Sra. Janda, ela cuidou de mim quando fiquei levemente em estado febril e quando fui picada por uma vespa. Eles se preocupam demais com os hóspedes. Lá existem pessoas apaixonadas por servir e conectadas umas às outras.

 Só posso lembrar de muito AMOR ao próximo.

Macaquinhos andam soltos por ali e adoram fazer uma farra com os hóspedes. Tem o Nicholas, a Anita e a Pretinha. Vejam só:


Pretinha

Pretinha

Anita

Anita

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1º dia

Ao chegar no Juma, fomos recepcionados com um delicioso suco de taperebá e nos acomodamos numa aconchegante suíte com vista para o rio.

Foto suíte de frente para o rio

Foto suíte de frente para o rio

Lobby

Lobby

Juma Lodge

Juma Lodge

Foto Bangalô - literalmente uma casa na árvore

Foto Bangalô - literalmente uma casa na árvore

Bem vindo a Selva!

Bem vindo a Selva!

Logo mais fomos para um passeio de canoa em águas tranquilas, onde é possível observar os botos nadando.

Passeio de canoa

Passeio de canoa

Piscina de Rio

Piscina de Rio

Sem legenda

Sem legenda

Depois do passeio, fomos apresentados ao nosso guia oficial que ficaria conosco durante toda a nossa jornada. Sr Anailson, um homem íntegro, inteligente e sábio. - Sempre digo que “esses caras” são os verdadeiros cientistas, pois eles manjam muita coisa desse Universo.

Na sequência tivemos o café da tarde com deliciosos bolos, chás, café e tudo mais.

O Juma Lodge oferece pensão completa com culinária regional e internacional (muitas frutas, peixes como o Pirarucu, Tambaqui de banda, Jaraqui, etc.) e tem um schedule específico para cada grupo de turistas. Os passeios também estão inclusos nas diárias.

As 18h00 em ponto tem a Palestra, onde cada guia (no meu caso o Sr. Anailson) aborda assuntos relacionados a curiosidades sobre a Selva, sobre a hospedagem e os vários tipos de animais; uma verdadeira aula de história e cultura.

Local da palestra

Local da palestra

Essa foto é de um roedor chamado Paca, parecido com uma anta, é considerado precioso pelos indígenas.

Essa foto é de um roedor chamado Paca, parecido com uma anta, é considerado precioso pelos indígenas.


2º dia

Caminhada na Selva

A caminhada na Selva é uma experiência maravilhosa, tivemos uma verdadeira aula sobre as plantas medicinais, as que são comestíveis, as árvores centenárias e curiosidades sobre a Selva. Não sabia que existiam tantos tipos de árvores com várias utilidades, tem uma que tem muita, mas muita água por dentro; se alguém se perder na selva, por exemplo, não morrerá de sede. Mas alerto: infelizmente ela também está em extinção.

Foto da trilha

Foto da trilha

Pra quem gosta de um aperitivo no meio da tarde, é só comer essa larva que tá aí dentro. rs

Pra quem gosta de um aperitivo no meio da tarde, é só comer essa larva que tá aí dentro. rs


A foto abaixo mostra uma árvore que está em extinção, foram mais de 2 milhões de árvores cortadas para fazer a essência do perfume Chanel número 5, o predileto de Marilyn Monroe.

Árvore em extinção devido ao desmatamento desnecessário para produzir a essência do perfume Chanel nº 5.

Árvore em extinção devido ao desmatamento desnecessário para produzir a essência do perfume Chanel nº 5.

Existe uma formiga que se chama Tapiba e ela serve como repelente natural; ao colocar as mãos no formigueiro, elas começam a subir, e ao esfregar para espantá-las, elas exalam um aroma natural quando mortas. E o melhor é que elas não picam. Um barato!

Pescaria de piranha

Sai num passeio de barco, pesca piranhas e depois o pessoal do hotel se encarrega de preparar as piranhas que você próprio pescou.

Focagem de jacaré

Esse passeio é imperdível. Sem dúvida nenhuma foi uma das experiências mais incríveis para mim.

Saímos numa noite quente e estrelada na busca de jacaré-tinga. O breu era total, as únicas coisas que iluminavam eram as estrelas e a lanterna do nosso guia Anailson, muito experiente e valente, conseguiu pegar um jacaré que estava à beira do rio; colocou-o dentro do barco e assim pudemos tocá-lo e pegá-lo.

Jacaré Tinga

Jacaré Tinga

3º dia

05h30 em ponto o guia sai num barco para ver o Nascer do sol da Amazônia sob o canto dos pássaros. Sempre um espetáculo da natureza.

Trilha pouco explorada na Floresta. Uma caminhada longa de tem 2 horas de duração. O guia passa noções de sobrevivência na floresta, fornecendo explicações sobre a vida selvagem.

Churrasco na Selva

Na sequência, pegamos um barco e chegamos num local bem tranquilo onde é possível descansar, bater um bom papo com seus colegas e ainda degustar de um delicioso banquete preparado pelos funcionários do Lodge. Bebidas alcoólicas à vontade, carne, linguiça e peixe feitos na brasa, acompanhado de saladas e frutas regionais.

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O terceiro dia é uma verdadeira imersão. Fazia tempo que não me sentia tão plena e feliz.

O terceiro dia é uma verdadeira imersão. Fazia tempo que não me sentia tão plena e feliz.

Visita a casa de um caboclo

Depois do churrasco, pegamos o barco rumo a casa de um caboclo ribeirinho, onde aprendemos muito de sua cultura, trabalho e filosofia de vida.

Fomos recepcionados com muita satisfação e encantamento. O caboclo mostrou todo o processo da farinha de mandioca e da cana de-açúcar, enquanto sua esposa preparava um saboroso chá de capim santo com limão. Tudo estava em perfeita ordem e muito gostoso. Ele fez questão de demonstrar e compartilhar seus conhecimentos.

No local também há um pequeno artesanato, onde sua esposa vende objetos, colares e pulseiras.

Casa do caboclo ribeirinho

Casa do caboclo ribeirinho

Produção de farinha de mandioca

Produção de farinha de mandioca

4º dia

Dia de partir e saber que um pedacinho do meu coração ficou por lá.

O retorno é a mesma coisa: alternar barcos e vans para chegar em Manaus.

Antes de chegar em Manaus, visitamos o Flutuante do Pirarucu, na comunidade Lago do Catalão, onde há tanques enormes que é possível pescar o maior peixe de escamas do mundo: o Pirarucu, mais conhecido como bacalhau do Amazonas.

No local também é possível comprar artesanato.

Flutuante do Pirarucu

Flutuante do Pirarucu

Língua do peixe - serve como licha

Língua do peixe - serve como licha

Escama do peixe

Escama do peixe

5º dia

Visita à Tribo indígena

Um dos dias mais emocionantes para mim e para meu filho.

Contratei um tour privativo que nos levou até lá. O motorista passou no meu hotel as 08h00 em ponto. Fomos para a Marina Tauá e de lá pegamos uma lancha que nos levou até a Aldeia indígena. O passeio de lancha dura cerca de uma hora e meia (01h30 min.) do rio Tarumã, onde fica a Marina, até a Comunidade do Tupé, onde fica a Tribo Desanos.

Chegando lá, fomos recepcionados com muita alegria na alma. Os índios nos saudaram dançando e cantarolando ao som de vários instrumentos excêntricos, como o Jurapari, um instrumento que tem um som sagrado e que na antiguidade era proibido pelos padres por o considerarem “o Deus do diabo”.

Foram várias danças típicas, primeiro foram os homens, depois foram as índias que adentraram na dança. E depois convidaram a mim e meu filho para participarem do ritual. Foi simplesmente encantador.

No final, eles te deixam super a vontade e você pode trocar uma ideia com os índios. Lá tem muito artesanato e muitas coisas legais para comprar também.


Marina

Marina

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Lancha rumo a comunidade indígena

Lancha rumo a comunidade indígena

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Foto Aldeia

Foto Aldeia

Instrumento carriço

Instrumento carriço

Comunidade Desana

Comunidade Desana

Foto com a comunidade indígena

Foto com a comunidade indígena

Artesanato local

Artesanato local

Foto da varando do hotel boutique Casa Teatro

Foto da varando do hotel boutique Casa Teatro

Infelizmente tivemos um dia e meio em Manaus, e aconselho ficar no mínimo duas noites por lá, pois há muito o que fazer. Sugestões para não ficar de fora do roteiro:

-Teatro Amazonas

-Mercado Municipal (réplica do mercado de Paris)

-Zoológico administrado pelo exército (onde há animais como onça, gavião real e jacaré)

-Restaurantes como Moquém do Banzeiro e Caxiri (esse bem a frente ao Teatro Amazonas)

-Skydive Amazonas (para quem gosta de aventura e quer saltar de paraquedas). Fica 15 minutos do centro.

-Bem ao lado do Teatro também há cafeterias, pizzarias e carrinhos com pipocas coloridas. As crianças adoram!!!

-Visita à Tribo indígena

*UM POUQUINHO DE CULINÁRIA:

Pitomba

Pitomba


Bacuri

Bacuri

Rambutam

Rambutam

Pupunha

Pupunha

Mari Mari

Mari Mari

*CLIMA

A Amazônia tem um clima quente e úmido durante todo o ano. Nos meses agosto, setembro, outubro a temperatura atinge 37°C a 40 °C e dizem que o mês de junho é a melhor época para visitar já que é o pico das cheias.


*DICAS:

O que levar na mochila: pelo menos dois pares de tênis, uma galocha para passeio na selva, repelente e uma capa de chuva grossa.

 

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Agora eu quero saber um pouquinho sobre você…

Por que você escolhe determinado lugar para viajar? Qual o propósito de conhecer lugares novos? Aqui eu tenho as minhas respostas:

- Porque AMO ouvir os sons da natureza (canto dos pássaros, rugido de leões, som das águas, som das cigarras, etc. etc.)

- Porque eu gosto de viagens com propósito

- Porque eu gosto de me descobrir a cada dia

- Porque tenho paixão pelo aprendizado

- Porque eu adoro me conectar com a minha alma

- Porque eu amo experimentar coisas novas

- Porque gosto de dar significados diferentes às coisas já pré-estabelecidas

 

Segue abaixo algumas sugestões de propósito: Tem gente que viaja para:

- Ter mais criatividade

- Vivenciar um luto

- Ter insights

- Buscar casamento

- Fazer negócios

- Congresso

- Fuga

- Estudar

- Evolução

- Autoconhecimento

- Gastronômico (experimentar restaurantes com estrelas Michelin / Gault&Millau)

- Experimentar esportes

- Ouvir sons da natureza

E por aí vai...

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