Hikikomori x Turismo

Hikikomori  x  Turismo

Imagina só se a síndrome de hikikomori começa a se propagar pelo mundo? O Turismo estará ameaçado.

A síndrome de hikikomori é um fenômeno onde o indivíduo se retrai sobre ele mesmo. Ele não quer contato com a sociedade e necessita de um isolamento extremo.  Estima-se que esse fenômeno acometa cerca de 3 milhões de japoneses. No Brasil isso também acontece, mas não há dados estatísticos, mesmo porque existe um pré-conceito onde a sociedade confunde depressão com indolência, com aquela pessoa que é desocupada, preguiçosa ou vadia. E na verdade esse assunto é muito sério e de grande complexidade. O sujeito que possui essa síndrome não quer sair de casa, não quer ser perturbado e torna-se um prisioneiro de si mesmo.

Esse fenômeno social acomete mais jovens. Acredito que esse efeito, principalmente no Japão, seja por conta do alto crescimento demográfico, uma vez que a mobilidade urbana é dificultosa, o indivíduo não consegue circular. Pela tecnologia, no qual a maioria detém celular, computador, televisão, ou seja, todo aparato tecnológico que facilita a comunicação, compras pela internet sem precisar sair de casa, etc., etc. E principalmente pela era “darwinista” onde vivemos numa sociedade extremamente competitiva e exigente onde o jovem necessita ser útil, inteligente, belo, magro e popular; as empresas também cada vez mais exigem competências exacerbadas. Toda essa realidade e competição faz com que o jovem se sinta pressionado e com medo de encarar a realidade. Além da sociedade, a mídia (com suas pautas policialescas) e os pais também criam uma enorme pressão sobre eles.

Tudo isso é preocupante, pois é um comportamento de saúde pública, mas ninguém quer tomar medidas para minimizar isso porque ninguém quer tomar a responsabilidade para si. É mais fácil apontar o indivíduo como arredio, arisco, tímido, estranho, obsessivo ou paranoico. E até mesmo analisar a conduta como uma fraqueza.

Imagina só se todas as pessoas resolvessem ficar reclusas dentro de casa? Seria inquietante.

Gostaria muito de ver esses jovens com objetivos de vida, fazendo planos de viagens, etc. De fato, quero vê-los explorando seus ideais de vida sem medo da crítica, pois esta é avassaladora e gera um grande bloqueio mental, pois quando o indivíduo está lúcido, na sua essência, certamente não se importará com ela. Na verdade toda crítica é um gesto de manipulação e egoísmo, onde o outro quer impor seus ideais e que seja a favor de seus interesses.

Como eu amo viajar, percebo muito esse tipo de situação e me atento muito, pois, assim como o brasileiro, o povo japonês gosta muito de viajar e pelo alto poder aquisitivo que eles têm, é fácil encontrá-los fazendo turismo ao redor do mundo.

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