Como eu Amo Viajar

Olá meu nome é Ana Carolina Buendia, sou Turismóloga, pós-graduada em Marketing e Jornalista com foco no Turismo. Minha missão é fomentar o Turismo ao redor do mundo de forma sustentável com a finalidade de divulgar viagens, lugares e curiosidades. Seria maravilhoso se o motivo principal de migrações ao redor do mundo fosse exclusivamente o Turismo e não fossem deslocamentos em busca de uma vida melhor, fuga por consequências de desastres ambientais, guerras, perseguições politicas, culturais, étnicas, etc.

A migração internacional ocorre desde que o mundo é mundo e tem se intensificado ultimamente devido a fatores socioeconômicos.

O número de turistas ao redor do mundo totaliza 1,2 Bilhão segundo a Organização Mundial do Turismo. Esse número poderia ser bem maior se contabilizássemos pessoas que fogem de perseguições, guerras e conflitos políticos que somados são 65,3 milhões de pessoas; só de refugiados existem ao redor do planeta 21,3 milhões de acordo com o relatório da ACNUR (Agência da ONU para refugiados). Esse cenário é triste e gostaria muito se esse total de pessoas estivesse migrando pelo Turismo e não pelos conflitos.

O Turismo requer INOVAÇÃO. Por este motivo quero propor um Turismo diferente, sob uma nova ótica. Almejo que cada indivíduo possa buscar a verdadeira essência do lugar, que ele possa olhar sob outra perspectiva. Que olhe com um olhar mais profundo. Não quero que o Turismo seja aquela separação temporária da realidade, que haja uma ruptura brusca do mundo fantasioso para o mundo real. O ser humano precisa ser capaz de enxergar o lugar onde vive com mais intensidade. Por que, se o cotidiano é ruim, quando ele viaja, ele estará buscando fuga e não turismo, ou seja, buscando a libertação da realidade cotidiana e não o lazer, o brincar na vida. Podemos fazer uma analogia com o presidiário almejando pelo banho de sol. Porque o Turismo não está na magnitude do fluxo de turistas, mas sim no exercício de lazer.

E o que é o lazer? O lazer está ligado com a ideia de brincar, divertir-se, desfrutar do tempo livre para se autoconhecer. A maioria das pessoas utiliza o lazer como fuga, como uma válvula de escape para seus problemas. E na verdade o lazer é a oportunidade de brincar, de entreter-se, de relaxar, de nos desenvolver e entender o que de fato queremos da vida.

E quando você se autoconhece, você busca a verdadeira essência do Turismo. Por quê quero conhecer determinado lugar? Para conhecer outras culturas? Para fazer negócios? Para me espiritualizar? Para tratar da saúde? Para estudar? Para assistir um evento esportivo? Para realizar um esporte de aventura? Enfim, são inúmeras possibilidades.

E por quê digo tudo isso? Porque não quero que as pessoas pratiquem um Turismo superficial, ilusório, pouco profundo. Almejo que elas possam buscar o brincar na vida, busquem histórias, busquem estudar, busquem conversar com pessoas, busquem a espiritualidade.

Pois todo lugar tem sua beleza, sua essência, não importa se ele é sujo, feio ou pobre, o importante é que ele tenha história.

Eu, por exemplo, nunca viajei a Paris, mas conheço todos os ângulos da Torre Eiffel. Posso até imaginar seu real tamanho. Pois conhecidos, amigos e familiares postam diversas fotos da Torre nas redes sociais, mas nenhum deles frequentou ou comentou que havia um restaurante lá bem no topo. -Talvez porque não tivesse tempo ou dinheiro para desfrutar. As emoções estéticas acrescidas à alta gastronomia devem ser fabulosas.

As pessoas não exploram o lugar como deveria. Ficam no superficial, gastam um tempo enorme para viajar e acreditam que a França toda se resume a Paris. Paris não se resume a Torre, ao Louvre ou a pessoas antipáticas, mas também em castelos majestosos e paisagens ocultas.

Restaurante da torre / Crédito parisinfo.com (Google)

Restaurante da torre / Crédito parisinfo.com (Google)

Torre Eiffel vista de fora / Crédito: guiadoestrangeiro.com (Google)

Torre Eiffel vista de fora / Crédito: guiadoestrangeiro.com (Google)

Assim como o Egito não se resume as Pirâmides e a Índia ao Taj Mahal.

COMECE O TURISMO JÁ!

Leia mais, estude mais, se abra mais e saia da sua zona de conforto. O Turismo começa na sua cidade. Se você não conhece onde vive, certamente não saberá como explorar outros lugares do mundo. Comece a descobrir a sua cidade, o Turismo moderno precisa disso.

O que eu quero dizer com tudo isso?

Você é capaz de amar uma pessoa que você nunca viu? Claro que não! Pois ninguém ama um estranho. Somos incapazes de amar alguém que nós não conhecemos. E quando nós não nos conhecemos, somos incapazes de nos amar. E só podemos amar o próximo, doar amor, quando nós já estivermos plenos, cheio de amor próprio. Caso contrário, o individuo terá a eterna sensação de escassez, sempre procurará o amor no lado externo.

Isso vale para os lugares. A pessoa não conhece nem o bairro onde mora e já quer fazer uma viagem internacional. E ao visitar um país novo, consequentemente leva consigo a carga emocional do complexo de inferioridade, o arquétipo brasileiro vem a mente. Onde sempre acreditamos que estamos visitando um lugar superior ao nosso. E o Brasil é um país empreendedor, receptivo, carismático dentre outras qualidades. Ou seja, só valorizamos um determinado local quando valorizamos o nosso em primeiro lugar.

 

Meu objetivo é contribuir para a atividade turística, de modo que as pessoas saibam o porquê estão visitando determinado lugar e que estas sejam mais assertivas nas suas escolhas. Quero motivá-las a viajarem com um olhar mais criterioso e promover o turismo ao redor do mundo gerando conteúdo de qualidade. Consequentemente alavancar a fonte de rendimentos e aumentar o número de destinos.

O Turismo não é ostentação, não é consumismo, não é fuga e não é o deslocamento de pessoas. O Turismo é o brincar na vida. Fuja do clichê.